Autor:
Saulo Moreira
Título:
O Grupo
Editora:
PenDragon
Ano
da Publicação: 2016
Volume:
1
Páginas:
232
Gênero:
Suspense, Thriller
Livro gentilmente cedido
pelo autor
Sinopse: ’’Em
meio às incertezas da juventude, nove amigos pretendem se reunir para jogar RPG
após meses separados. Trabalho, estudo e as demais responsabilidades da vida
adulta os impedem de jogar constantemente como faziam outrora.
O Grupo é um excitante
suspense policial com fortes traços de terror e traz em si um debate social.
Versa sobre família, explora as diferenças que um ambiente bem estruturado pode
causar no desenvolvimento dos jovens e as terríveis consequências que um lar em
desarmonia pode causar. Fala a respeito de amizade, de como os integrantes de
um grupo heterogêneo, com divergentes visões religiosas, diferenças
socioeconômicas e de filosofia de vida podem se unir em tordo do que eles têm
em comum, o RPG. Busca debater acerca da influência que jogos e o RPG podem
exercer sobre a juventude atual. Tudo
isso envolto em uma aura de mistério e suspense onde uma figura encapuzada e
mascarada persegue os amigos, e através de um macabro ritual, cobiça expurgar
os pecados dos jogadores lavando-os através do sangue.
Sem perceber o perigo que correm, os integrantes continuam jogando e se divertindo como bem entendem, mantendo o comportamento libertino regado a bebidas, sexo, diversão e brigas.
Sem perceber o perigo que correm, os integrantes continuam jogando e se divertindo como bem entendem, mantendo o comportamento libertino regado a bebidas, sexo, diversão e brigas.
Acompanhem o
desenvolvimento macabro de um assassino que se torna cada vez mais cruel e de
sangue frio. Tente desvendar o mistério de quem é o manipulador responsável por
todo este drama.’’
‘’O Grupo’’ é a
primeira publicação de Saulo Moreira. O livro se inicia mostrando uma partida
de RPG (um jogo onde o participante assume o papel de seu personagem) entre 4 amigos (Eduardo, Júlio, Samuel e
Carlos), que se reuniram após meses afastados devido a compromissos como trabalho
e faculdade. Dias após o jogo, o grupo decide se unir novamente, desta vez com
9 pessoas, de modo a juntar todos os amigos. Todos viajariam juntos para um
sítio no feriado, a fim de se divertirem disputando partidas de RPG, pôr a
conversa em dia e beber.
O que nenhum deles esperava
era a presença de um misterioso ser encapuzado, disposto a acabar com
a vida de todos os jogadores através de um ritual macabro. O assassino acreditava que o RPG era um jogo violento, destrutivo e
pecaminoso, e por isso, era um mal a ser combatido. Com o intuito de ‘’lavar a
alma’’ dos jogadores e libertá-los, o ser encapuzado passa a perseguir os
jovens do grupo para matá-los em um ritual que os libertaria de seus pecados.
“Essa é a ideia. Que através da dor vocês sejam purificados, que sirvam de sacrifício para um bem maior. Lavarei suas almas com sangue.’’
Em pouco tempo, um a um
os jovens são eliminados de forma brutal, colocados em um pentagrama e tendo seus pulsos cortados para
sangrar até a morte. Saulo nos mostra
com maestria a forma como o assassino se sente diante de suas ‘’presas’’. O
prazer ao ver suas vítimas indefesas e em total desespero nos leva a pensar nos
limites do ser humano.
‘’Espero que você esteja sofrendo, pois a dor purifica a alma. Queria que vocês pudessem sentir dor, mas como fazer isso sem que os outros percebam? Duvido que não gritariam como mocinhas amedrontadas quando a morte bater em suas portas.’’
A obra é narrada em 3ª
pessoa e se passa em alguma cidade do Brasil. No decorrer da narrativa, nos deparamos com os
conflitos pessoais dos personagens e os efeitos que eles exercem em suas
vidas. O autor também põe em pauta algumas
questões sociais, como o machismo, racismo, conservadorismo e até que ponto os
jogos podem influenciar a vida de uma pessoa. Também nos deparamos com uma boa
dose de mistério, muitas brigas, reflexões e personagens bem construídos. No
final, o autor nos explica o que motivou o assassino a cometer tais crimes.
Quem não é muito
familiarizado com os jogos de RPG pode se sentir ligeiramente deslocado nos
capítulos em que há partidas entre os amigos, mas ainda assim é possível
compreender a história e seu desenrolar. O autor descreve de forma detalhista
as cenas e seus personagens, fazendo com o que leitor se sinta inserido dentro
do próprio jogo. Saulo Moreira dá um show de criatividade e conhecimento sobre
o assunto.
Posso dizer que vivi
uma história de amor e ódio, onde lidei com momentos monótonos, emocionantes, eufóricos
e também bastante intrigantes. Ainda assim, ‘’O Grupo’’ infelizmente não me
conquistou tanto assim. Com uma ótima proposta e enredo criativo, a história
deixou um pouco a desejar com diálogos um pouco fracos e um final um tanto
quanto previsível em relação a identidade de um dos assassinos. Além disso, poucos erros de
revisão foram encontrados, porém a má colocação das vírgulas em alguns
parágrafos deixou a leitura um pouco corrida e confusa.
Mesmo com alguns pontos
negativos, ‘’O Grupo’’ foi uma leitura bem diferente do que estou acostumada,
já que pude me inserir e saber um pouco mais sobre o universo do RPG. Foi uma
leitura rápida, concluída em 2 dias. Apesar dos pesares, valeu a pena. Logo em
sua primeira publicação, percebemos o talento do autor para criar suspenses e
histórias com uma pegada mais ‘’hardcore’’. No final, fica a lição de que os
jogos, por mais violentos que sejam, não são capazes de moldar o comportamento
de uma pessoa, mas sim, as falhas no caráter do indivíduo. Não se deve culpar
religião, jogos ou qualquer outra questão quando o verdadeiro mal reside dentro
do próprio indivíduo.
Classificação: